quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cristãos sofrem com violação dos direitos humanos no Sudão

De acordo com a crítica detalhada, os abusos de direitos humanos também incluíram violação da liberdade religiosa, tendo como alvo as minorias cristãs
 Um total de 20 organizações internacionais de direitos humanos enviou uma carta, em 9 de setembro, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, descrevendo graves violações aos direitos humanos no Sudão, durante o ano passado, instando-o a tratar desse assunto durante a sessão que termina dia 27 de setembro
 
A carta citava violações específicas por forças do governo e milícias aliadas, acusando-os de contínuo abuso contra civis, incluindo falha em protegê-los, bombardeios indiscriminados contra civis, negação de acesso humanitário em áreas de conflito, uso excessivo da força para subjugar protestantes e detenção em massa dos que são tidos por inimigos. As violações ocorreram em Darfur, Cordofão do Sul e Nilo Azul, e se espalharam para Cordofão do Norte
 
De acordo com a crítica detalhada, os abusos de direitos humanos também incluíram violação da liberdade religiosa, tendo como alvo as minorias cristãs:
 
• “Desde a independência do Sudão do Sul, a retórica pública de líderes sudaneses e figuras religiosas têm aumentado de forma intolerante. Em 2013, temos visto um notável aumento no assédio aos grupos étnicos e indivíduos cristãos. As autoridades têm fechado instituições de ensino cristãs, assediado e prendido membros e funcionários de igrejas”.
• “Em 15 de janeiro de 2013, autoridades fecharam o Instituto Vida para Aprendizado, um local de ensino cristão egípcio, em Cartum, que ensina a língua árabe aos não árabes. O proprietário não sudanês e os alunos foram ordenados a deixar o Sudão, e o instituto teve seus bens confiscados. No mesmo dia, outras três organizações de ensino cristão – o Instituto Karido para Língua Inglesa e Estudos de Informática, a Academia do Vale do Nilo para Ensino Primário e a Academia Aslan para Língua Inglesa e Estudos de Informática – foram fechadas e tiveram seus bens confiscados”.
• “Em 3 de fevereiro de 2013, um sub-secretário do ministério de doações e assuntos religiosos enviou uma carta à Igreja Presbiteriana Evangélica no Sudão ameaçando prender seus membros caso eles iniciassem qualquer atividade missionária”. 
• “Em 2 de março de 2013, um grupo armado das forças de segurança invadiram a Igreja Nova Vida, na cidade de Omdurman, prenderam dois membros e os interrogaram sobre as fontes de seus recursos e se a igreja tinha algum membro estrangeiro. Desde a invasão, os membros estariam temerosos de entrar na igreja para cultuar. Um grande número de outros membros não sudaneses foram deportados em 2013”. 
 
O Sudão está para adotar uma nova constituição permanente, a qual o governo declara que será baseada na sharia (lei islâmica), e está se preparando para eleições nacionais em 2015. O jornal Sudan Tribune relatou que o partido governante, Partido do Congresso Nacional, vê as eleições gerais como um meio crucial para renovar sua contestada legitimidade e votar em uma nova constituição no país desde a secessão do Sudão do Sul. 
 
“Estamos preocupados com as crescentes restrições dos direitos fundamentais e liberdades em um tempo em que o Sudão se prepara para esses processos importantes que determinarão o futuro do país”, disseram as organizações de direitos humanos. “A despeito de ter aprovado um plano de ação de 10 anos para os direitos humanos, neste ano, o Sudão não tem demonstrado vontade política de mudar suas práticas restritivas e abusivas”. 
 
Entre outras ações, as organizações solicitaram ao Conselho dos Direitos Humanos a condenação das violações dos direitos humanos; o estabelecimento de uma investigação independente nessa questão; e o pedido ao governo sudanês para conceder às agências humanitárias acesso aos estados de Cordofão do Sul e Nilo Azul. Elas expresssaram preocupações com as contínuas restrições dos direitos básicos políticos e civis, assédios, detenção arbitrária, tortura, maus tratos e restrições à associação e assembleia. 
 
“Nós lamentamos que resoluções anteriores adotadas pelo Conselho dos Direitos Humanos falharam em condenar as frequentes violações dos direitos humanos internacionais e das leis humanitárias cometidas pelo Sudão, e não identificamos áreas de ação prioritárias e concretas para melhorar a proteção dos direitos humanos básicos”. 

Fonte: http://www.guiame.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário